“Valentine’s day – holliday made up by Hallmark to make single people feel bad about themselves”.
Gostaria de não ter de concordar com esta frase, mas a verdade é que ela é perfeitamente correcta. Há tanta publicidade em redor desta data, 14 de Fevereiro, data que deveria ser tão normal quanto outra qualquer.
Quem se ama, ama-se todos os dias, não apenas neste. Quem quer dar um presente à sua cara metade – seja ele material ou não – fá-lo em qualquer dia do ano, domingos e feriados incluídos. Porque razão então festejar algo que não tem razão de ser? É tal e qual como o dia da mãe, do pai, da criança, ou da mulher. Nós somos quem somos todos os dias do ano, não precisamos de um feriado que nos relembre que temos alguém na nossa vida. Não deveria importar, se essa pessoa é realmente importante para nós.
E para quem está sozinho, para quem não tem uma cara metade, para quem a procura, para quem sente falta do que não tem, é quase cruel estar-se exposto a um consumismo que quase nos faz sentir que não somos ninguém se não temos uma relação com alguém. Infelizmente, no nosso país isso é verdade. A mentalidade da maior parte da população – camadas mais jovens incluídas – prende-se à convicção de que se não temos ninguém conosco, somos encalhados. Aos 19 anos, um colega meu sugeriu-me ir com a ex-namorada dele a um jantar de “encalhados”. Aos 19 anos… A verdade é que neste momento estou tão encalhada como estava nessa altura, se por “encalhada” se entender que não tenho uma relação romântica com ninguém.
Não é isso que me define, nem de perto nem de longe. Claro que gostaria de ter alguem com quem celebrar este feriado, claro que se neste momento estivesse comprometida não pensaria assim e não estaria em minha casa a ver “E.R.” e agarrada ao computador, com uma chávena de café ao lado e a discorrer sobre a inutilidade de festejar S. Valentim.
Mas não é por não ter ninguém que sou ou estou encalhada na vida. Simplesmente a pessoa certa para mim ainda não apareceu. Sei que um dia aparecerá e nessa altura vou ler esta postagem e rir-me de mim própria.
Mas enquanto isso não acontece, prefiro continuar com a companhia da televisão, do computador e do café. Se saio à rua hoje, ainda apanho uma congestão de tantos corações a saltar por todo o lado.