Sábado, 23 de Julho de 2011.
Este dia chegou tão depressa! Há um ano e meio que o E. me tinha pedido em casamento. Na altura, parecia que ia passar uma eternidade até chegar o grande dia.
Ao longo desse ano e meio, muita água correu, muitas discussões aconteceram, três vezes mais bons momentos vivemos. Juntos crescemos, conhecemo-nos, brincámos, rimos, chorámos, viajámos, estudámos... juntos tivemos a certeza de que era um com o outro que queríamos passar o resto da vida.
Ao longo da preparação deste grande dia, procurámos várias opções, tal como eu fui dizendo aqui.
Acabámos por fazer a festa em casa. Neste ponto, é imperativo fazer um agradecimento público aos meus pais. Sem eles, nada disto teria sido possível. Sem a minha mãe, nenhum pormenor teria tido a beleza que teve. Sem o meu pai, não teria havido aspectos básicos como iluminação, tendas, mesas, e por aí fora. Sem eles, eu não teria nunca tido possibilidades de ter a festa perfeita que tive.
Na última semana antes do casamento, ainda houve algumas alterações de última hora. Infelizmente algumas das pessoas mais importantes para nós não puderam comparecer, e mais grave que isso, para mim, foi o padre da paróquia ter embirrado connosco só porque sim (acho que vocês já se deram conta disso) e no sábado antes da cerimónia ter dito, como quem não quer a coisa, que se recusava a que o nosso casamento fosse inserido numa missa. Nem pensar. Para respeitar os não praticantes e ateus, recusa-se uma missa a 90% dos participantes do casamento, que só por acaso eram praticantes. Segundo tão sábio senhor, "não vamos fazer estas pessoas sofrer tanto". E só aceitou dar a comunhão porque eu bati o pé e disse que tanto eu como todos os meus convidados eram crentes e praticantes, e que não entendia que me quisesse recusar a comunhão num dia tão importante. E mesmo assim proibiu o padre que nos casou de dar a comunhão aos meus convidados. Só autorizou a mim, aos meus pais e à minha irmã. Claro que este pormenor eu só soube no momento em que o senhor que nos casou, com ar muito atrapalhado, diz que "a comunhão será apenas distribuída à noiva e pais e irmã"... Mas esta não foi a última do padre. Não, isso era muito bom! Depois das assinaturas, com o ar mais calmo do mundo, vira-se para mim e para o E. e diz assim: "Agora paguem". Digo-vos, caiu-me tudo! Eu só perguntei se ele não podia ter avisado na semana anterior que tínhamos que pagar os honorários no dia do casamento (eu pensei que podíamos pagar depois, tipo na semana a seguir, eu não ia fugir para lado nenhum!), até porque eu não tinha claramente levado saco nem carteira. Resposta: "estas coisas não precisam de ser avisadas!". Eu já estava a ferver por todo o lado. Mas a minha mãe salvou a situação, dizendo com ar calmo para ele me desculpar, até porque enfim, era a primeira vez que eu me casava... O que eu me ri interiormente!
Mas já estou a divagar!
Vocês querem é saber os pormenores do dia, não é? Então vou tentar ser relativamente breve, até porque não quero que se fartem logo de mim e deixem de passar aqui pela minha Secretária!...
No sábado de manhã, acordei com um telefonema do padre S., a dizer que a florista ainda não tinha aparecido a enfeitar a Igreja. Tendo em conta que a "florista" era a minha amiga F., e que eram 10 da manhã, e que a marcação para abrir a Igreja tinha sido feita com o outro padre para as 10.30, comecei a tentar perceber o que raio se passava, até que percebi. Mais um engano. Mas contrariamente ao que eu esperava, mesmo com este "despertador" original, acordei super bem disposta, super calma, e só pensava "é hoje". Aliás, acho que este foi mesmo o primeiro pensamento assim que pus os pés fora da cama. Desci, e quando cheguei à sala toda a minha família me recebeu com um enorme abraço, uma grande festa. Depois de um bom pequeno almoço, comecei a tratar dos pormenores que ainda faltavam: cortar tule vermelho para as cadeiras da mesa dos noivos, decorar o placard com o nome das mesas e sobretudo tirar muitas, muitas fotos!
Pensei que ia estar nervosa, mas não. Não sei como nem como não, eu que sou o stress em pessoa, estava super calma, mais que todos à minha volta. A C., a F., a L., os meus pais, tudo andava de um lado para o outro e eu, na maior, andava de máquina em punho a tirar fotografias a tudo, a colocar laços, a apanhar flores para o placard das mesas... No fundo, a aproveitar cada segundo desse dia maravilhoso.
Por volta da uma, a L., que me ia pentear (e que já agora foi a senhora que fez o nosso maravilhoso bolo dos noivos), depois de ter penteado já a minha irmã e depois de me ter mandado não sei quantas vezes despachar, fez-me um ultimato: ou eu me ia despachar, tomar banho e lavar o cabelo, ou não me penteava porque simplesmente não tinha tempo. Lá larguei a máquina e nesse momento pensei "ok, fechei a loja, a partir de agora entro no modo de noiva, não faço mais nada!". E assim foi. Depois de me despachar, ela começou a pentear-me, e depois ainda fui maquilhar a minha irmã e a F. Mais uma vez, estavam todos nervosos menos eu. Não sei onde fui buscar tanta calma...
Depois disso vestiram-me, puseram-me o véu, maquilharam-me (obrigada C., e vês, não era preciso estares tão nervosa, fizeste uma maquilhagem linda!!!), tiraram trezentas fotografias de mim versão "boneca-com-que-todos-brincam" (no fundo no fundo eu adorei cada bocadinho disso! relaxei tanto enquanto me penteavam e pintavam...) e antes que me desse conta... estava na hora de ir para a Igreja.
Não consigo descrever a emoção que foi finalmente vestir o vestido fabuloso que a minha mãe fez, ou a sensação de ter o bouquet (feito no dia com tulipas brancas e rosas carmim) nas mãos, ou ver tudo através do véu, ou tirar as primeiras fotos com os meus pais e irmã. Não há como transmitir por palavras! Agora, confesso que entrar no carro com o véu foi uma pequena aventura. Não estava a descobrir como enfiar a cauda e o véu e a mim própria dentro do carro, que de repente me pareceu super pequeno.
Quando cheguei à Igreja eram 16h em ponto, a hora do casamento. Eu tinha avisado toda a gente de que o casamento não teria atraso nenhum que dependesse de mim, recusava-me a chegar atrasada, e por isso um dos momentos do dia creio que terá sido eu à porta da Igreja com o bouquet, a acenar para os convidados qual polícia sinaleira, e a mandá-los entrar. Houve pessoas que pensaram que eu estava a brincar com a política "atraso zero", pelo que perderam o início da cerimónia. Mas a verdade é que, tendo esperado ano e meio, não me apetecia esperar mais por pessoas que pensaram ser minha obrigação chegar atrasada só porque sim.
O momento em que a marcha nupcial começou a soar e em que eu entrei na Igreja pelo braço do meu pai... Nunca no mundo eu esperaria toda a explosão de alegria que senti. Acho que sorri o tempo todo, era incapaz de desfazer o sorriso que tinha. O orgulho que senti, o agradecimento que queria fazer aos meus pais por me terem tornado no que sou, o medo repentino da realidade e da responsabilidade do passo que ia dar, o quanto queria dizer aos meus pais que os amo, tudo isso perpassava por mim a cada segundo, a cada passo que dava na direcção do altar onde o E. me esperava. E de repente já lá estava. Vivi intensamente a cerimónia, li, cantei, sorri, emocionei-me, ri-me com as peripécias e aventuras que não estavam planeadas e que deram à cerimónia um carácter de improvisação em certos pontos, sei lá... passou tudo muito depressa, antes que me desse conta já era a Sra. Rita Faleiro Jahn e o E. já era o Sr. E. Jahn Faleiro e tivemos de ir para as assinaturas.
Seguiu-se a sessão de fotografias no jardim ao pé da Igreja e cumpri a minha antiga promessa de me descalçar assim que acabasse a cerimónia. Acho muito bonito as noivas usarem saltos altos e tal, mas não estava disposta a sofrer com dores de pés. Tenho dito.
Finalmente viemos para casa. Deveria ter havido cortejo, mas por qualquer razão o cortejo perdeu-se do carro dos noivos e lá viemos nós sozinhos pela estrada fora, comigo a fazer adeus para todos os carros que passavam.
Chegados a casa... festa rija! Correu tudo pelo melhor, as pessoas divertiram-se, dançaram, riram, conviveram, foi tudo perfeito. Momento alto da tarde: eu a dançar com um grande amigo do E., que me atirou ao chão. Pimba! Noiva na relva para todos verem! Que pena que eu tenho que ninguém tenha registado esse momento... ri-me tanto tanto tanto! Felizmente não me magoei, e para isso ajudou eu ter estado descalça a festa toda. Nem com sandálias, só mesmo pezinhos na relva! Que maravilha! Dancei tanto, tanto, tanto, ri-me tanto, festejei tanto. Fartei-me de conviver com toda a gente, andava de mesa em mesa para partilhar com todos a minha felicidade. Só houve uma pequenina coisa... é que com tanto convívio, esqueci-me de jantar!!! Ainda estava no primeiro pratinho de entradas e já toda a gente ia nas sobremesas... mas isso não interessa nada.
Foi uma festa linda, maravilhosa, mágica. Ainda não acredito... Este post não traduz nem metade das coisas que vos queria dizer, que queria transmitir, mas... como as imagens valem mais que mil palavras, deixo-vos aqui fotos. Esperem que gostem. Digam só se o vestido que a minha mãe me fez não é maravilhoso, que o bouquet não é bonito, que o bolo dos noivos não está espectacular (e foi todo feito à mão pela L... tudo, até os mais pequenos pormenores...)
Adorei este dia, vai estar para sempre gravado na minha memória!
6 clips:
Muitos parabéns Rita.
Felicidades aos noivos!
Beijinhos,
Bomboca do Amor.
Obrigada Bomboca! =)
Beijinhos,
Rita
Estavas linda!!!
E fico muito contente por teres tido uma festa tão bonita e especial :)
Muitos parabéns e muitas muitas felicidades!
Um dia mágico, magnífico, fantástico e perfeito. Na igreja, durante a cerimónia, senti tanta emoção e alegria, que tive que conter as lágrimas da felicidade. Acho que nunca sorri tanto na minha vida hehe.... as fotos comprovam isso... gostei muito da cerimónia (tinha algum medo de não gostar, visto não ser religioso), não me arrependi nada de ter aceite fazer isso por ela. Até ajudou a sentir mais a importância deste grande passo. A festa foi maravilhosa, sobretudo pelo facto de ter sido possível conviver com todos e ter conseguido conversar imenso, e também pelos pormenores da decoração, da comida excelente totalmente caseira e do belíssimo espaço. Por tudo isso ficaremos eternamente gratos aos pais dela e a toda gente que ajudou a tornar possível toda a festa.
Resumindo em três palavras: estou muito feliz :)
Adorei ler o que escreveste, Elias!
Fico muito contente, e desejo-vos as maiores felicidades :)
Estou tãoo feliz por ti! Estive a ler isto de fio a pavio e nota-se a quilómetros o dia especial que foi :) agora é só continuar a transbordar felicidade * beijocaa
PS: Estavas linda sim! Eheh
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