Estou entediada.
Estou doente, tenho que ficar em casa. A solidão pesa, como se de um longo manto negro de veludo se tratasse. Estou rodeada de pessoas, mas faltam-me as que caras me são. Olho pela janela, a chuva cai, tocando vagarosamente os vidros das janelas tapadas com cortinas brancas que parecem dizer que o mundo lá fora gira sem eu me dar conta.
Estou enfastidiada de ficar em casa, de não poder sair por estar doente. Tenho que estudar, mas não consigo pegar nos livros, e nem em ler os expoentes máximos da nossa língua eu encontro prazer.
Aborrece-me a música, aborrece-me a leitura, aborrece-me sobretudo a solidão, aborrece-me não ter com quem falar, aborrece-me tudo.
Sinto-me encerrada em mim mesma e quero sair, mas não encontro as forças para tal. Não sei como libertar o que me vai no coração, que de tão apertado parece que vai ser dividido em dois.
Olho para dentro de mim e nada vejo. Nada a não ser Eu, mas eu estou vazia, neste momento nada me preenche.
Precisave de uma injecção de sentimentos, precisava de me afogar nessa piscina de sensações que colmatam o vazio e a tristeza de que sou alvo agora.
Precisva que me abraçassem, precisava desabafar, precisava de estar de novo comigo mesma, mas já não sei em que sendas do caminho me perdi.
Preciso de me reencontrar.
Preciso de me redesobrir, saber quem sou e o que de mim é esperado, que função nesta vida devo desempenhar para poder alcançar a Felicidade suprema de me saber realizada.
Mas o trilho é tão acidentado, tão íngreme, tão agreste, que não sei se terei forças para lutar.
Há 1 mês
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Consegues sim lutar. POrque eu sei que lá no fundo ainda arranjas coragem para escreveres o que sentes e isso para mim é lutares contra o teu corpo e a tua mente. Gosto muito de ti. jokas julia
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