Claro que isso me trouxe preocupações que até hoje não tinha tido: como pagar a prestação do carro, da casa, o gasóleo para trabalhar, a alimentação? O que ia ganhar no novo emprego dava à rasca para pagar as despesas, sobrando nada para mim (e vale a pena dizer que, por problemas exteriores à instituição onde estou, ainda não recebi o vencimento de Setembro...)
Não sabia mesmo como havia de me desenrascar. Felizmente a minha mãe disse que me podia ajudar, mas eu sabia que os dias em que podia poupar alegremente sem me faltar nada tinham acabado, pois agora tenho a prestação de uma casa e o gasóleo semanal para ir para Castro Verde.
Resultado disto tudo, passei o fim de semana passado de cama, com palpitações, alterações na tensão arterial, tonturas, zonza, sem força.
Foi uma brutal maneira de perceber que a vida não é o mar de rosas a que estou habituada, pois até agora, apesar de trabalhar e poupar, estava em casa, não pagava habitação, alimentação, e tudo o que ganhava era para por de lado para o casamento ou para uma conta poupança ou para pequenos "luxos" como levar a família jantar fora, ou ir ao cinema sem me preocupar muito com o preço do bilhete.
Pela primeira vez, vi-me literalmente a ter de fazer contas e malabarismos para poder pagar tudo (e graças a Deus creio que não sou muito afectada por estes novos cortes salariais, sou apenas afectada no aumento do IVA e da Segurança Social). Apesar de saber que há gente muito pior que eu, foi de facto uma maneira dura de perceber como as coisas são difíceis. Faziam-me falta 300 euros mensais a mais para poder pagar tudo sem problema e ainda ficar com algum para mim.
Entra agora a parte da surpresa...
Ontem estava a dar aulas e recebo por duas vezes uma chamada que tive que rejeitar (não dá jeito dizer aos alunos que não podem ter telemóvel se depois vou atender o meu...). Como não tenho dinheiro no telemóvel, não pude retribuir a chamada.
Ora, ao final da tarde, já eu estava em casa, o número volta a ligar. Atendo e...
Uma proposta de trabalho noutro consevatório, no algarve.
Fui hoje a uma entrevista e vou ter mais 11 horas oficiais, fora os cursos livres. Começo amanhã, das 9:50 até às 19:20, e às 6f, por agora, das 18:05 às 20:20.
Ok, fico sem o sábado livre, mas...
É uma proposta que foi enviada do Céu, quando eu mais precisava de mais horas para ganhar mais.
Depois disto tudo, como não acreditar que há mesmo alguém a cuidar de nós?...
Nem consigo ainda acreditar... sei que estou feliz. Amo tanto o que faço que até o faria de borla sem me queixar, mas a verdade é que tenho (tal como todos os portugueses...) contas para pagar. Por isso preciso do dinheiro, mais do que nunca.
Epá... estou feliz! Sinto-me uma sortuda, tenho o emprego dos meus sonhos e tenho-o em dois sítios diferentes.
Há novos desafios (vou em princípio ter um menino com autismo, o que me deixa assustada porque não sei como lidar com essa situação), e vou ser professora do filho de um antigo professor meu, que era super exigente (e super competente, o que aumenta ainda mais o meu sentido de responsabilidade)...
Espero que tudo corra bem!!!
Wish me luck, people!
(tomorrow, update)
1 clips:
Pois é, a vida está nos sempre a por à prova, mas também felizmente há alturas em que aparecem oportunidades boas quando menos o esperamos...
Acho que fizeste muitissimo bem em aceitar, vai ser mais uma experiência valiosa, e embora cansativo, vai te facilitar a vida a nível de finanças :)
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