Ui... Há tanto por contar!!! É que fins de semana como o que eu tive não há muitos, não. Foi espectacular.
Sim, sim, eu sei, é um post mete-nojo e tal e tal, mas aqui a Rita também tem direito aos seus momentos de "futilidade" e de registar para a posteridade o quanto este fim de semana a marcou. Quem não quiser ler.... ora bem, porta da rua serventia da casa! (neste caso, cruzinha branca em quadrado vermelho no canto superior da janela serventia do blog) :p
No Sábado tive uma sessão de estudo FAN-TÁS-TI-CA! Consegui estar 3 horas, mais coisa menos coisa, de roda de 3 nocturnos de Chopin. A sensação de estar a fazer música é algo incrível, e a sensação de estar a melhorar e me reconhecerem pela 2ª vez talento ainda melhor. Não me entendam mal, não me estou a gabar, quem me conhece sabe que eu sou tudo menos gabarolas, é algo que eu não suporto (e um dos maiores "corta-interesse" em qualquer tipo de pessoa); simplesmente, se lerem o meu blog para trás, vão perceber a minha paixão por piano, por música, por tocar, por me expressar. E durante muito tempo, ouvi sempre a mesma cantilena que não adianta reproduzir aqui. Começar agora a ouvir uma cantilena diferente é sem dúvida música para os meus ouvidos... sabe bem, e motiva ainda mais. Sinto-me com força para acabar isto, sei que vou acabar isto, sei que sou capaz. Ainda hoje o meu pai me dizia que eu não me dou conta das coisas que sou capaz de fazer, por estar a trabalhar a tempo inteiro e ainda assim tirar uma licenciatura sem deixar nada para trás e com as notas com que tenho estado a tirar (ainda na 5ª feira saiu mais um 17 na "rifa", a uma disciplina à qual nem sequer posso ir por não ter horário. Não fosse a minha vontade de estudar e a grande e preciosa ajuda das Aninhas e do Musicólogo, não sei como seria para ter apontamentos...). Eu não me sinto assim tão especial, a sério. Faço a minha obrigação. Trabalho para ganhar dinheiro. Pago para estudar, por isso tenho que estudar. Ponto. Não me parece uma equação difícil. E quando se gosta do que se estuda... nem que eu trabalhasse 12 horas por dia, sei que haveria de arranjar maneira de fazer isto que tanto gosto. Sinto-me determinada. O último exame é dia 14 de Julho. Aliás, os dois últimos exames, porque vou fazer Piano V e Piano VI no mesmo dia, para depois gozar umas merecidíssimas férias. Entrei na Universidade há 8 anos e ainda não parei. E não vou parar. O próximo passo há de ser mestrado, só que ainda não sei muito bem onde nem como. Mas hei de arranjar uma solução. Parar de estudar é que nunca. Fui, sou e serei estudante a vida inteira.
Ora bem, depois de um estudo fantástico, que me correu como há muito não me corria, tive uma tarde de sonho com o E.
Fomos ao Forum, lanchámos, fomos ao cinema (onde fomos atendidos por uma rapariga 5*, super simpática e boa onda, que se fartou de brincar connosco por sermos músicos... bem gostava de ser sempre atendida assim!!!! Gostava de saber o nome dela para poder deixar tipo uma notazinha aos patrões dela para que a aumentassem, foi mesmo altamente... sim, que as notas não podem ser só para reclamar de maus atendimentos! Quando uma pessoa faz um bom trabalho, também deve ser recompensada).
Fomos ver "Juventude em Revolta".
Confesso que não dava muito pelo filme, parecia-me apenas mais uma comédia de adolescentes.
Mas a partir do momento em que o rapaz de 16 anos cria um alter ego irritante e incendeia meia Berkeley só para poder estar com a rapariga.. bom, não vos digo nada. Valeu mesmo a pena e recomendo o filme a quem quiser dar umas boas gargalhadas!
Depois jantámos e ficámos quase duas horas simplesmente a apreciar o forum, a ver as pessoas, a conversar, ou a ouvir o silêncio um do outro... epá... sem palavras.
Quanto a domingo, não foi tão bom quanto o sábado por uma simples razão.
Fui com a minha família ao Teatro das Figuras, em Faro, ver a Companhia Nacional de Bailado numa homenagem aos Ballets Russos.
E aqui começa o engano... eu pensava que ia ver uma companhia russa de ballet, e não a Nacional de Bailado a homenagear os russos. Mas até aí tudo bem...
O problema é que a Companhia não estava no seu melhor. Os enganos eram visíveis até para quem pouco percebe de ballet. Para mim, não ajudou o facto de ser mais dança contemporânea do que propriamente ballet clássico, que é o que gosto. Mas até houve coisas interessantes.
O espectáculo durou cerca de 2h, com intervalo de 15 minutos.
Na primeira parte, um ballet com argumento, canto e música de Stravinsky, chamado "As Bodas". Numa palavra: SECA. Seca pela música, pelo canto que lembrava a agonia e pela própria coreografia. Numa boda deveria haver alegria, certo?... aparentemente não. E o que me entristeceu mais, por assim dizer, foi ver a companhia nacional toda dessincronizada. Foi mesmo pena. Reconheço que a coreografia era extremamente cansativa, e que era o 3º espectáculo deles, mas há erros que prejudicam a percepção final do público sobre o espectáculo apresentado, e para mim esse foi um deles; para já não falar de quando dois dançarinos solistas que deveriam fazer os movimentos exactamente iguais trocaram os passos todos e vai um para a esquerda, outro para a direita, depois o conjunto engana-se no número de saltos que têm que fazer... Decididamente a pior apresentação do espectáculo...
A segunda peça da primeira parte foi o que salvou tudo. "Prélude à l'aprés-midi d'un faune", Debussy.
Dois solistas em palco. Uma dança erótico-sexual, em que a pessoa se esquece que está a ver humanos. Os dançarinos era de uma leveza extraordinária, expressões faciais incríveis, fundidos totalmente com a música, era um todo. Música, dançarinos, o único adereço em cima de palco (um sofá) que parecia ser uma extensão dos próprios dançarinos... 10 estrelas sobre 10, sem dúvida absoluta. Uma agilidade, uma leveza, umas expressões, uns movimentos... fascinaram-me completamente, sem palavras. Seria preciso ver para entender.
Quanto à segunda parte, "A Sagração da Primavera" de Stravinsky. Também não me encantou. Foi uma primavera muito... "neutra". Homens e mulheres vestidos com os mesmos fatos cor de pele, pedras atiradas para o palco à mistura... ballet contemporâneo mas que não me fascinou. Nem um bocadinho.
Como eu já de mim não gosto muito de Stravinsky... só tenho a dizer que se soubesse ao que ia, não tinha ido. Ponto final. Salvou-se o Debussy (e eu que pensava que nunca mais conseguiria ouvir aquilo depois de Análise II... wrong, Rita, wrong!) de todo o espectáculo.
E agora perguntam vocês "então e no título da postagem falavas da síndrome de segunda de manhã?"
Sim...
É que ontem tive uma bruta de uma insónia, não conseguia adormecer, acordei a meio da noite e hoje estou sem energia para enfrentar uma semana de trabalho... ai ai...
Não há de ser nada!
Bem, desculpem lá este post longo, nem sei se o terão lido todo, mas pronto. Queria registar o quão fantástico este fim de semana foi. Por que não podem ser todos assim???
"Nosce te ipsum"