Amor eterno...

Lilypie First Birthday tickers

terça-feira, julho 20, 2010

One day I'll fly away

É a canção que marca o dia de hoje.
Finalmente.







"Nosce te ipsum"

segunda-feira, julho 19, 2010

Chopin - Nocturno op. 9 nº 2 by Rita Faleiro

Chopin - Nocturno op. 9 nº 2 by Rita Faleiro




"Nosce te ipsum"

Chopin - nocturno op. 27 nº 1 by Rita Faleiro

Chopin - nocturno op. 27 nº 1 by Rita Faleiro




"Nosce te ipsum"

Nocturno op. 32 nº 1 - Chopin by Rita Faleiro

Nocturno op. 32 nº 1 - Chopin by Rita Faleiro




"Nosce te ipsum"

John Cage - In a Landscape by Rita Faleiro

John Cage - In a Landscape by Rita Faleiro




"Nosce te ipsum"

Toccata BWV 913 em ré menor - J.S.Bach by Rita Faleiro

Toccata BWV 913 em ré menor - J.S.Bach by Rita Faleiro




"Nosce te ipsum"

A rapariga que sonhava com pianos e que se licenciou

Era uma vez uma jovem mulher. O seu nome não interessa, chamemos-lhe R. Um dia, a R. acordou e viu que a amiga cegonha lhe tinha deixado uma bebé linda linda linda ao lado.



Assim que olhou para ela, soube que também a teria que chamar R., porque eram iguais, tirando a diferença de idade. A primeira R. é a minha Mãe.
Ora bem, a R-Mãe olhou para os olhos da R-filha e viu neles música a correr e pensou "esta menina tem mesmo que tocar algo". Mas como no sítio onde moravam não havia muita escolha, a R-Filha começou a estudar particularmente piano. Aos 3 anos, recebeu o seu primeiro teclado, vermelho, com duas oitavas. Que feliz fiquei nesse natal!



A sua primeira audição foi aos 5 anitos, "old macdonalds had a farm", se bem me recordo. Estava tão nervosa!!
Para além de ser a minha primeira audição, era eu a abri-la. Nem sabia onde estava o dó central! (lamentavelmente, não consegui encontrar a fotografia dessa audição... prometo que se um dia a encontrar, a coloco aqui!!).

Quando era um pouquinho mais velhita, tive que vir morar com a minha mãe para o Algarve. Como ali não havia professores (fomos para uma pequena vila), fui estudar para Espanha, com Juan Carlos Cañada. Aprendi que me fartei, tocava, todas as semanas tinha uma peça nova. Adorei mesmo. Ele sabia ensinar e sabia lidar com crianças, ainda para mais uma criança de 7 ou 8 anos que não falava a mesma língua que ele. Os meus esforços recompensaram, e fui a outra audição. Desta vez, toquei Schumann, "O pequeno cavaleiro".



Que nervosismo! Mas pelo que me recordo, saí-me bem =)

Até aqui tudo bem.
Aos 10 anos, nasceu o meu nenuco vivo, a minha maninha, a minha macaquinha, e tornava-se difícil estar a ir para Espanha com um bebé de meses, até porque toda a gente sabe que, se é verdade que os espanhóis são excelentes com futebol, o mesmo já não se pode dizer das horas... enfim, tive que deixar Espanha.
Começou então uma luta desenfreada por parte da minha mãe para eu poder entrar para o Conservatório Regional do Algarve Maria Campina. Sim, hoje é para esvaziar o saco. Andou cheio muito tempo, e é tempo de eu dizer tudo o que há para dizer.

A primeira história gira deste conservatório é a seguinte:

Mãe - "Queria fazer a pré-inscrição da minha filha"
Funcionária - "Ah, é só no dia tal".

Véspera do dia tal:

M. - "Vinha saber das pré-inscrições"
F. - "Só amanhã"

Dia seguinte:

M. - "Venho fazer as pré-inscrição da minha filha"
F. - "Ah, lamentamos, acabaram ontem".

Sim, é verídico... a minha mãe também lamentou. Lamentou tanto que foi uma carta para a direcção regional de educação do algarve. Entrei logo! Incrível o que uma carta faz, hein?

Ora bem, fui colocada no 2º grau de formação musical, graças a tudo o que tinha aprendido em Espanha, e no primeiro de piano (apesar de estar mais adiantada...).
Tive uma professora (paz à sua alma, que coitada já morreu) que todas as aulas me massacrava para eu ir à secretaria confirmar se estava mesmo no 2º grau, e que todas as aulas nos "lavava" a cabeça, dizendo que "no tempo do Salazar é que era, e que ele devia voltar". Estão a perceber o estilo... boa senhora, sim, mas... enquanto professora... pronto, fiquemos por aí.


No ano seguinte, passei para outra professora de piano. Chamemos-lhe IA. Ela sabe quem é. Digamos que é (seria??) boa pessoa... mas terrível professora. Sabem aqueles professores que vocês sentem que estão a tocar com dificuldades, e que podiam dar mais, mas eles só dizem "está muito bem, parabéns"? Assim foi até acabar o 5º grau... ela pôs-me a ter aulas particulares com o marido dela, Johann Jansonius, o melhor professor que tive até hoje. Ele fazia-me sentir uma verdadeira música. Tinha dois pianos na sala onde me dava aulas, em casa dele, e eu até podia estar a tocar a coisa mais básica do mundo, como "as pombinhas da catarina", que ele arranjada de improviso uma introdução orquestral no outro piano, um acompanhamento à minha melodia e uma terminação. Transformava as pombinhas num autêntico concerto para piano e orquestra. Foi aí que eu comecei a AMAR a música. Eu já gostava de tocar, mas não passava disso... aos 15 anos, ele disse-me "porque não pensas em seguir música? Tu adoras tocar, estudas, tens jeito... pensa nisso". E foi nesse momento que eu decidi que queria ser não pianista mas professora de piano. Queria ser um décimo do que o Johann era.
Nessa altura, comecei a pedir à minha mãe que me mudasse de professora. Eu queria evoluir mais, sentia que tinha muito mais para dar, mas ela achou melhor eu acabar o primeiro ciclo (para quem não sabe, vai até ao 5º grau) com a IA. Apenas para não haver confusão. Na altura não percebi, mas hoje, sabendo a verdadeira pessoa que ela é, agradeço. A minha mãe tem um sexto sentido que nunca se engana.
Enfim, seja como for, no 5º grau, a cerca de um ou dois meses do exame, já não tenho a certeza, mudei para uma "professora". OA. Federação Russa, finalmente tens aqui as notícias que tanto querias!

Esta "professora" fez-me evoluir bastante no início. Reconheço. Mas quando se apercebeu de que eu queria mesmo seguir piano, e como no entender dela apenas os génios de raças superiores merecem tal honra, começou a brindar-me com elogios (que duraram 8 anos... devo ser masoquista, ou algo no género...) no género dos seguintes:
  • "tocas uma m***a"
  • "fazes Bach parecer um travesti"
  • "pareces um elefante a dançar em cima do gelo"
  • "és uma inválida ao piano"
  • "nunca conseguirás estudar nem tocar piano"
  • "nunca conseguirás entrar para o curso superior"
  • "não vais aprender nada no superior, tens muita coisa para fazer lá e nunca serás capaz"
  • "és uma inválida, não prestas para nada no piano"
  • "não sabes nem nunca saberás tocar"
  • "não tens técnica"
Coisas assim simpáticas... Isto foi decorrendo durante anos, porque eu não arranjava alternativa de professora, mas comecei a sentir-me a estagnar e não a evoluir como queria. Entretanto, entrei para a Universidade. Como sou lutadora, e sabia que queria música, preparei-me sozinha para entrar em Música. Digamos que de 72 candidatos, fiquei em 3º lugar. Nada mau, hein? Conjugar isto com o 12º... não foi fácil. Mas se houve coisa que a minha mãe sempre me ensinou, foi a lutar pelo que queria, e Música era, foi, e será sempre a minha paixão. Não consegui entrar em piano, mas tudo bem, ainda não tinha nível e sei reconhecer isso. Entrei em História e Teoria da Música, só que na altura, não era bem o que eu queria , e além disso o curso estava extremamente mal organizado. Formei-me então em Arqueologia, nunca deixando de tocar por mim.


















Continuei entretanto a ter aulas com a OA. Cada vez me tratava pior, cada vez trabalhava menos comigo. Mas como disse, não havia alternativa. Quando acabei o meu estágio curricular, decidi acabar o 8º grau do conservatório, o 8º grau de piano. Trabalhei que nem uma doida, comecei a estudar 7 e 8 horas por dia. O resultado? Dois braços com tendinites e em gesso. E eu a poucos meses do exame final do conservatório. Quando finalmente tirei o gesso, voltei a atacar o piano. Eu mando em mim, não o meu corpo. Montei o repertório todo de Fevereiro a Junho. Mas aparentemente a OA não acreditou na tendinite. O que é irónico, tendo em conta que foi ela quem ma detectou... adiante. Todos os anos fazia no CRAMC uma audição de carnaval, em que os alunos tocavam mascarados, e eu nunca tinha participado. Tinha o braço direito engessado, mas uma das minhas peças de exame era um prelúdio apenas para a mão esquerda de Scriabin. Pois a senhora OA obrigou-me a ir mascarada apenas para chegar lá e com ar de gozo dizer "não estás a pensar que vais tocar essa m*, pois não?". Juro-vos... doeu, magoou, chorei. Mas não lhe dei o gozo de desistir.

No verão, arranjei trabalho numa empresa de Arqueologia, a AES. Comecei a trabalhar em Faro e a preparar-me para entrar em Setembro, nas vagas para licenciados, em Piano, na UE.


Foi um verão duro. Trabalhar numa empresa de arqueologia é mais difícil do que eu pensava, e o trabalho que estava a fazer não era propriamente dos mais interessantes... era acompanhar a abertura de valas, pelo que o meu horário dependia muito de quantas horas por dia eles estivessem a abrir valas.

Na 5ªfeira antes das minhas provas de acesso, trabalhei 8h debaixo de um sol escaldante. Estávamos em finais de Agosto, e foi um dia duro, em que eles não pararam de abrir valas e eu não me sentei o dia todo. O meu tio tinha morrido há exactamente uma semana e a minha cadelinha, a minha Yasmin, de quem já falei neste blog, tinha ido para o veterinário. Eu estava cansada, exausta, transpirada, a precisar de um banho, e ainda ia ter a última aula. Pedi à OA que me deixasse pelo menos ir à casa de banho trocar de roupa para algo mais leve, passar água na cara e trocar de sapatos. Como podem ver na foto, estar vestida e calçada assim não é a melhor maneira de se ir ter aula, sobretudo depois de 8h em pé... resposta: "nem penses, estás atrasada, não quero saber de mentiras, vais já para o piano, quem julgas que és, ainda por cima está cá outro professor para te ouvir" etc etc etc. Aos gritos, e eu tão cansada que não conseguia reagir, literalmente. Como hão de calcular, não consegui tocar nada. Estava estafada. Ouvi uma descompustura de todo o tamanho, que ela não sabia o que eu ia fazer a Évora, que nunca conseguiria entrar, que nunca faria nada do piano, que era uma inútil. Inútil foi tentar fazê-la perceber que depois de 8h nas condições em que eu estava, era impossível começar a tocar sem parar pelo menos 10 minutos.... paciência, ao que parece há gente de compreensão lenta e humanidade reduzida.

Ao longo dessas aulas no Verão, comecei a ouvir umas bocas estranhas, do género "ah, e tu escreves isto e aquilo no teu blog". Mas nunca me ocorreu pensar em como ela saberia que eu tinha um blog... até que... FIAT LUX! A A. Só podia, e fui burra em não ter percebido antes. Imaginem uma pessoa que vos usa sempre que precisa, e quando já não precisa, amachuca e deita fora. Fez isso comigo, com a minha irmã, com os meus pais, e ou muito me engano ou fará isso com o namorado, que estuda piano na Rússia, é dez vezes melhor que ela e de quem ela ainda tem coragem de falar mal, dizendo que o seu som é "sujo" e que "apenas toca mais ou menos". Ups, A., desculpa, não era para dizer? Temos pena! Também as coisas que eu escrevia aqui não eram para ires enfiar num certo sítio... conheces a lei de Talião? Um olho por um olho, um dente por um dente. Minha queria, eu não sou vingativa, mas quem mas faz, paga-mas. A Federação Russa, que há anos espiolha o meu blog para ir fazer queixas de mim à OA, não passa de ti e do teu P., que estuda curiosamente em Moscovo, de onde consulta o meu blog. É chato, não é? Ter a mania da perseguição, querer saber o que dizem de nós, se falam de nós... Minha querida, já o disse por meias palavras, digo-to agora, e a ti também, P., porque estás a ser usado, e o pior é que nem te dás conta. Já vos topei há muito. Federação Russa, Ucrânia, KGB, perseguições... vocês querem saber tudo, mas esquecem-se que eu tenho uma vida própria, e não faz parte dos meus hábitos sequer PENSAR em vocês... Por isso, A., P., e OA, continuem a vir. Eu estarei cá sempre a defender o que digo, mas também a mostrar que não sou tão atrasada mental nem de uma raça tão inferior como vocês julgam.

Chego então a Évora, a Piano.



Fui cheia de sonhos... mas se eu já me sentia estagnada antes, que dizer do que se passou ao longo destes três anos? Estrgnei ainda mais... mas ganhei uma coisa fantástica. A capacidade de ser autodidata. A capacidade de aprender a partir do Youtube. A capacidade de ser "matreira como gatos e ratos". Aprendi muuuuuuuuito. "Está muito bem, não faz falta nada". Não interessa... podia desmascarar muitas situações. Como por exemplo, "não tenho culpa que os feriados calhem à 3ªfeira", "não vou inventar horas de aulas", "não vou dizer nada porque você sabe tudo", "musicalmente não fez nada", "musicalmente tem coisas muito muito muito boas". Há tantas, tantas, tantas... acumulei tantas coisas durante três anos, e só pensava que quando fizesse exame ia poder despejar o saco. Fi-lo; não completamente visto que o senhor deu costas e foi-se embora, deixando-me a falar sozinha na rua. Estamos entregues à bicharada! Entretanto, ainda tive que ouvir que "tenho que repensar as minhas convicções musicais".

Meu caro senhor, ser músico é isto. Eu tenho umas convicções que não são as suas. Interpreto de maneira diferente da sua, porque a história da minha vida é diferente da sua. Isso não torna a minha música melhor nem pior que a sua. Torna-a minha. Pessoal e intransmissível. Torna-a o meu canal de expressão com o mundo.



Sei que sei fazer isto. É o que mais me importa. A sério.

Lutei muito estes 3 anos. Mas sou licenciada em Piano. Serei professora de Piano. Darei concertos. Serei feliz. E não será graças a si, nem à OA, nem à A., nem ao P.

Será graças à minha família e a quem sempre acreditou em mim.














 


























































"Nosce te ipsum"

Agradecimentos

Lembram-se disto?

Como já todos sabem, acabei na 4f a minha licenciatura. No entanto, antes de contar a história da "menina que sonhava com pianos" (para tentar ter tanto sucesso como o Stieg Larson), acho que é fundamental agradecer publicamente a umas quantas pessoas que sempre lá estiveram para mim no matter what...

Foi uma experiência bastante difícil tirar esta licenciatura como trabalhadora estudante. Como eu costumava dizer, morava numa cidade, estudava a 300 km de distância, trabalhava noutra vila e ainda ia almoçar a um quarto destino. Não foi fácil, e foram 3 anos de muita luta.

Muitas vezes pensei em desistir. Não sou feita de ferro... por muito que quisesse, não sou a super mulher, e fazer tanta coisa ao mesmo tempo cansa. Quando nos levantamos às 7 da manhã e só conseguimos pegar no instrumento às 18h... acreditem que não é fácil ter cabeça para pegar com o respeito devido em Brahms, ou Bach, ou Ligeti, ou Franck, ou Ravel, ou seja quem for...

O que quero agradecer, e a quem quero agradecer aqui, é a todos aqueles que ao longo de 3 anos tornaram o sonho possível... e espero não me esquecer de ninguém... se o fizer, é pelo meu estado de cansaço e não por mal, acreditem.

  1. À minha querida, queridíssima, amadíssima e mais que fundamental Nai. Mãe, palavras não são precisas, e o teu ombro esteve sempre lá quando eu chorava desesperada, acreditando que não ia ser capaz. Tu me deste, como sempre ao longo de 25 anos e meio, força e capacidade de acreditar. E quando estava mais difícil, uma "bofetada psicológica" resolve muita coisa, e sem ti eu nunca teria conseguido esta segunda licenciatura. Torna-se difícil escrever num blog seguido por 49 pessoas tudo aquilo que te quero dizer, mas tu sabes o que é. Amo-te, és o pilar da minha vida, sempre me ensinaste a seguir os meus sonhos, sempre me ensinaste a ser íntegra, honesta, lutadora, estudiosa, honrada. Sem ti, Mãe, não seria um décimo da Mulher que sou hoje... que esta minha segunda licenciatura seja a ti dedicada de alma e coração é algo que tu nunca deves duvidar. Sem ti, ela não teria sido possível. Obrigada Mãe. Obrigada por me teres trazido a este mundo sabe Deus como, obrigada por teres estado sempre lá para mim, e obrigada por seres o meu pilar, sem o qual não sei sobreviver.
  2. Ao meu pai. Que se chama Mateus. Pai não é quem faz, meus amigos. Pai é quem, como o meu, me vai ver ao quarto quando eu tenho 12 anos e acordo aos gritos com um pesadelo e fica até às 4h da manhã ao meu lado, para me provar que não há nada errado no quarto, que ele não está cheio de aranhas. Pai é quem me leva ao cinema e apanha secas desgraçadas no carro enquanto eu vejo o filme. Pai é quem cria, quem se zanga quando na adolescência eu atravessava aquelas idades parvas em que achava que sabia tudo, Pai é quem ajuda a gerir o dinheiro, Pai é quem conversa connosco sobre como aparecem os bebés dos caezinhos quando nós temos apenas 10 anos, Pai é quem está sempre ao nosso lado, sorri, chora, e vive cada emoção nossa como se fosse dele. Sei que me aturaste muito... desde os meus 8 anos que lidas comigo, e eu tenho um feitiozinho do caneco... Por isso, Pai Mateus, esta licenciatura também te é dedicada porque sem ti ela também não teria sido possível... Amo-te!
  3. Macaquinha... que dizer de ti? És a minha irmã mais nova. Surgiste quando eu tinha 10 anos, e foste o meu nenuco vivo. Não sei como te consegui manter viva de todas as vezes que os pais te deixavam sozinha comigo. Dei-te banho, pus-te a bolsar, alimentei-te, mudei-te fraldas, adormeci-te, acordei-te, impliquei contigo, brinquei contigo... contigo cresci, e aprendi a ter paciência para certas atitudes pelas quais passei e que só quando te vi tê-las é que me apercebi que fazem parte do processo natural do crescimento... Hoje, para além de minha irmã, és uma das minhas melhores amigas. Posso conversar contigo de tudo. Sei que estás lá para mim quando estou com a neura, sabes que apenas preciso que estejas ao meu lado a ouvir-me enquanto choro baba e ranho sem que digas nada, e que depois me vás fazer o lanche enquanto eu adormeço, e depois tens de me acordar, e depois adormeço enquanto como o lanche que me fizeste com tanto amor, simplesmente porque estou esgotada... amo-te, maninha, macaquinha, pirralhinha, coisa feia e pequenita, amo-te muito, não há irmã que te ame mais que eu. E no final, quantas vezes te cravei para me ires virar páginas, ouvires o programa, dares opiniões, fazeres-me falar enquanto tocava coisas que tinham que estar mecanizadas para sairem bem... muito obrigada, J., porque sem ti, este sonho não teria sido possível.
  4. Amor... meu amor, meu namorado, meu noivo, meu marido, futuro pai dos meus filhos e guitarrista brilhante que és. Tu és aquele que sabe quando não dizer nada. Quando nem refilar quando eu começo a berrar porque simplesmente um cabelo não está onde devia. Tu és aquele que sabe quando preciso de um abraço, quando preciso que me acalmes, quando deves estar calado. És aquele que me ensina a converter as coisas em mp3 para eu poder por na net. És aquele a quem ligo, a dizer "eu nunca vou ser capaz" e tu me respondes, tal como a minha mãe, com uma "bofetada psicológica" que me faz re-assentar os pés na terra. Ouviste-me, criticaste-me positivamente, foste um músico e não um namorado ao meu lado, e isso fez-me crescer. És uma âncora à qual me agarro quando preciso, e sei que estarás sempre lá para mim. Desculpa o mau humor dos últimos dois meses... agora, tal como tu me dizias, tudo já passou e uma nova fase, de sonho, se abrirá para nós os dois. Obrigada por teres estado ao meu lado neste período tão complicado... Amo-te, E., muito muito muito, e tal como todas as outras pessoas a quem agradeci, sem ti, o sonho não teria passado disso mesmo. Um sonho.
  5. Não podia deixar de fora a minha tia, que foi minha avó, e a minha prima, que me aturaram todos os dias desde que comecei a trabalhar, e que me alimentaram, enchendo o prato até mais não, mesmo que eu não tivesse fome. Também vocês estiveram lá, e foram fundamentais para a concretização do meu sonho...
  6. Teresa Brandão e Mauro Dilema... os professores que me abriram novos horizontes e me mostraram novos caminhos, novas técnicas, e que sobretudo reconstruiram a minha auto-estima, que estava assim "um bocadinho" em baixo. Muito, muito, muito, muito, muito obrigada. Sem vocês teria sido praticamente (não, literalmente) impossível.
  7. A todos os meus amigos: Musicólogo, Joãozinho-quatro-oitavas, Aninhas-sopradora-do-pau-preto, Aninhas-violineira... Quantas conversas tive com vocês, quantas vezes me ouviram desabafar, quantos momentos excelentes levo de vocês agora que acabei Évora... As nossas conversas no msn, o trio maravilha por nós descortinado (benny, dudu, valley, ao qual ultimamente se acrescentou o bentas...)... vocês foram fundamentais, quando as coisas começaram a correr pior (e vocês sabem que é verdade), foi muito por vossa causa que eu fazia o esforço de ir a évora. Obrigada.
  8. Há-ao-cubo: obrigada pela aprendizagem que me proporcionaram. Finalmente consigo ter capacidade para descortinar quartos de tom!!! Ena ena ena!!! :p
  9. Por último, mas não sem a ENOOOOOOOORME importância que tem, a D. Fátima. Por tudo o que me aturou nestes 3 anos. Por todos os momentos de stress em que entrei na secretaria a chorar porque me expulsaram injustamente do auditório antes de um exame. Por todas as folhas de trabalhador estudante que me deu porque me esquecia de as imprimir em casa. Basicamente, obrigada por ser o pilar do Departamento... sem si, D. Fátima, aquilo caía... pode ter a certeza. E estou a dever-lhe uma flor. Nunca me esqueço das minhas dívidas. 
  10. A todos os leitores que me acompanham e que me desejaram sorte e força para o dia do exame. São "virtuais", não vos conheço... mas acreditem, em momentos de stress, qualquer força é bemvinda, qualquer força nos faz acreditar.

Obrigada mesmo a todos, e peço desculpa aos leitores por um post tão.... digno de um discurso dos Óscares, mas que raio de pessoa seria eu se não agradecesse publicamente a todos quanto me apoiaram, aturaram e ajudaram???




"Nosce te ipsum"

quinta-feira, julho 15, 2010

Está prometido

... que depois venho cá contar mais detalhes.
agora quero só deixar um recado:

Federação Russa e Ucrânia, um "gossip" só para vocês: ACABEI A LICENCIATURA.


Façam o que quiserem com esta informação.

Nada mal para quem era uma "atrasada mental" e "nunca faria nada no Superior".




"Nosce te ipsum"

terça-feira, julho 13, 2010

É amanhã.

E eu não sei como me sentir.

Sinto-me vazia. Como se ao fim de 20 anos sem parar de estudar, ainda nada tivesse aprendido.

Sinto-me vazia por abandonar esta vida de aprendizagem na universidade.

Ao mesmo tempo, sinto-me completa por ter atingido o meu sonho. Mas ainda não posso deitar foguetes. Antes é necessário passar aos dois exames. Das 9h às 10:20 não vou fazer outra coisa se não tocar, tocar, tocar e tentar convencer o júri (que entre outros integra "apenas" o Burmester e o Rosado..) que mereço passar.

Pessoalmente, sei que não atingi todos os meus objectivos, mas superei um muito grande: preparar dois exames num semestre. Isso garanto que não há muitos que consigam.

Estou cansada. Extenuada. Exausta.

Mas obrigo-me a pensar: faltam menos de 24h. Depois?

Acaba uma fase, começa outra.

E o futuro assusta-me como os diabos.

No total... sinto-me vazia. Esta vida de estudante acabou, e de vez. Sou realista, e por muito que adorasse continuar a estudar, e ainda que saiba que posso ir para mestrado, doutoramento, pós-doutoramento, e etc, sei que não vai ser o mesmo.

Haverá um marido, filhos, casa, contas. Haverá outra vida, que eu ambiciono muito... mas a verdade é que me custa desistir desta.

Bah, sei lá. Não liguem. Estou em estado pré-exame de piano, o que não é lá muito recomendável...

Vamos ver o que se passa amanhã... eu já não digo nada.



"Nosce te ipsum"

domingo, julho 11, 2010

A minha interpretação da segunda parte da tocatta de bach em re menor, bwv 913, Adagio e Fuga






"Nosce te ipsum"

A minha interpretação da Tocatta BWV 913 re menor Bach - 1ª parte: Introdução e Allegreto






"Nosce te ipsum"

sábado, julho 10, 2010

Exame de CVI: Milhaud, suite op. 157b, III e IV and.

Ao clarinete, Ana Lúcia Carvalho, ao violino Ana Cláudia Caeiro e ao piano, moi-même.







"Nosce te ipsum"

CVI - Milhaud Suite op. 157b, II mov






"Nosce te ipsum"

Exame final de CVI, 1ª parte, Arutiunian Suite - I e II Andamentos.

O primeiro andamento não está do início porque a minha Nai, o E. e a Júlia chegaram um pouco atrasados e o júri estava a pressionar para começarmos...

No violino, Ana Cláudia Caeiro; no clarinete, Ana Lúcia Carvalho, e no piano, eu.






"Nosce te ipsum"

quinta-feira, julho 08, 2010

A minha interpretação de John Cage - In a Landscape.

É assim um pouco como a coca-cola... primeiro estranha-se, depois entranha-se.

Fica só a faltar a gravação de Bach, mas acho que já não a consigo colocar antes do exame; também não vou por gravação minha com o concerto, porque não tenho com quem o tocar.

E pronto, agora ficaram a conhecer na minha interpretação o que vai determinar a nota do exame da próxima 4f...






"Nosce te ipsum"

A minha interpretação de Chopin nocturno op. 32 nº1

Uma vez mais, perdoem os erros =)

Mas acho que não está tão mal tocado como uma vez disseram nas minhas costas à minha irmã... =)






"Nosce te ipsum"

Chopin nocturno op 27 nº 1

Perdoem os erros, ainda não sou profissional...






"Nosce te ipsum"

Uma das minhas interpretações de Chopin, Nocturno op. 9 nº 2 (preparação para exame)

Sim, ainda tem algumas notas ao lado.
Mas ainda estou a estudar, e o exame é só 4f...






"Nosce te ipsum"

quarta-feira, julho 07, 2010

One f*ng week to go.
And everything will at the same time end and begin.




"Nosce te ipsum"

sábado, julho 03, 2010

Dá vontade de praguejar, não dá?



A minha irmã, que irá ser uma boa pianista sem dúvida, está a ter um master com o grande pianista Álvaro Teixeira Lopes este fim de semana e tem concerto hoje, neste momento, no Tempo, o Teatro Municipal de Portimao. E eu encerrada em casa, a perder o Master e o Concerto, tudo porque tenho um ranhoso de um concerto de CVI na 3f.

Não é justo.

Pronto, só queria partilhar isto.





"Nosce te ipsum"

Rascunhos antigos