Amor eterno...

Lilypie First Birthday tickers

sábado, dezembro 12, 2009

Às vezes sinto-me... encravada.

Como se não conseguisse de facto fazer nada da minha vida, como se não passasse de um fracasso.

Olho à minha volta e vejo toda a gente conseguir os objectivos que eu tanto ambiciono e que por uma razão ou por outra parecem fugir de mim... E não me sinto tão nova quanto isso tudo, há tanta coisa que eu gostaria de já ter feito com a idade que tenho...

Nunca me senti nova, acho que esse sempre foi o meu problema. Senti-me sempre muito mais velha psicologicamente do que a minha idade biológica.

Não consigo sair de casa - não me entendam mal, adoro morar em minha casa, com a minha família, mas tenho este estranho desejo de abrir asas e voar. Mas por muito que o queira é impossível. Enquanto estudar é impossível, não há condições para com o que ganho poder pagar estudos, alimentação, casa, gasolina, água, luz, telefone... e medicamentos.

Em menos de uma semana, foram mais de 100 euros só para consultas e remédios, que ainda por cima não estão a fazer o efeito devido. Hoje acordei eram 7 da manhã a chorar de dores, parecia que me estavam a esmagar as pernas.

Não consigo estudar assim e tenho concerto dia 19.

Às vezes penso o que ando a fazer no curso... eu sei que não tenho capacidades para tirar este curso, ando a massacrar-me para nada, sinto que nunca conseguirei fazer nada em piano, seja tocar, seja dar aulas, seja acompanhar. É o meu sonho, música, e cada vez mais sinto-o longe de mim.

Talvez porque com o meu trabalho, não tenho tempo para a ponta de nada, e isto enerva-me... e depois, fico com falta de ar... e depois tenho de ficar de cama, e quieta... e depois enervo-me porque assim é que não estudo,... e entro num círculo vicioso do qual é cada vez mais difícil sair.

Sei que me falta pouco, mas a ideia de desistir está cada vez mais presente...

Desistir disto, pedir transferência para musicologia, sei lá...

Não sou boa em nada, nunca passo do médio, e caramba!, será um crime tão grande querer ser realmente boa em algo do que faço?

Não me sinto boa no meu trabalho, não me sinto boa no meu curso, não me sinto boa no que faço em casa, não sinto que consiga fazer nada bem, é uma eterna sensação de que nada chega. Estou sempre a querer agradar a toda a gente, e por vezes deixo para trás o que a mim me agradaria... Aaahh, que porcaria de sensação!...

Já nem escrever sei. Dantes escrevia tanto, adorava, era um escape que tinha. Hoje, olho para uma folha de papel e não sei o que escrever, tudo me parece vazio de sentido, tudo me parece ridículo, nada do que escrevo me parece bem.

E tudo isto para não falar no resto...

Nunca mais avanço com a minha vida, olho para as minhas amigas, estão todas casadas ou em vias de casar, ou a morar junto dos namorados.

Sei que sou eu que não me quero juntar sem estar casada, e sei que não posso apressar ou pressionar o Elias a este passo tão grande na nossa vida (apesar de já termos alguns planos, e de dentro de pouco tempo as coisas poderem mudar...), mas a verdade é que isto já não me chega... não me chega estar com ele apenas uma vez por semana, poucas horas, porque moramos a 130km de distância e só nos vemos em Évora, de 2f para 3f, e agora estou em risco de nem sequer poder ir a Évora esta semana, e isto está a deixar-me triste, muito triste. Temos os dois vidas tão ocupadas que por vezes não temos tempo para nós, e claro, depois começam as tensões. estou farta, farta, farta disto, mal posso esperar que ele acabe o curso.

E depois começam todos os outros problemas: onde vamos morar? Aqui? Na zona dele? E o meu trabalho? E o trabalho dele?

M***A, porque tem de haver sempre tantos problemas na minha cabeça?... porque é que por uma vez, as coisas nao podem ser simples em vez de serem tão complicadas?...

Qual de nós vai mudar de sítio? Qual de nós terá de fazer cedências em termos geográficos? Eu queria morar em Tavira - mas e ele?...

Mais...

Temos uma data relativa para o nosso casamento (mas que ainda vem tãããããõ longe, meu Deus... tão longe que creio que vou dar em doida!), mas nem conseguimos falar disso... eu quero começar a pensar a sério nas coisas, começar mesmo a organizar tudo como deve ser, e torna-se tão difícil...


Mais... ele nem é baptizado... como é que vamos conseguir casar pela Igreja?... Como é que vou dar volta a isto?... Ele não quer ser baptizado, está no direito dele, mas eu não me quero casar só pelo civil, para mim isso é uma palhaçada. Como é que nós vamos dar volta a isto? Porque eu sei que já não consigo estar sem ele, mas não sei como vamos resolver esta situação...

E a organização... como se organiza um casamento? O que temos que fazer? Por onde tenho que começar?... E quando??, podemos finalmente começar?

Sinto-me um fracasso, sinto-me uma encalhada na vida, como se não conseguisse avançar mais, e não quero mesmo ficar por aqui, não quero estagnar, mas também não sei o que fazer agora...


"Noscete ipsum"

Rascunhos antigos