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sábado, setembro 22, 2012

Das coisas que me tiram do sério


 
Irrita-me profundamente o facto de certas pessoas parecerem tão empenhadas em destruir por completo certas instituições, certos professores, certos modelos de funcionamento, quando nem sequer por lá passaram. Ou pior, quando por lá passaram e não conseguem separar o trigo do joio.

Estudei 8 anos da minha vida numa instituição superior. 
Se foi tudo bom? Não. Houve muitas, mas mesmo muitíssimas, coisas que correram francamente mal.  Mas também apanhei muito bons professores, em qualquer uma das licenciaturas que lá tirei. Houve professores muito fraquinhos, sim, mas houve muitos que realmente me fizeram pensar, me fizeram procurar respostas, me fizeram tentar entender mais do mundo que me rodeava.

E se isto foi verdade na primeira licenciatura, ainda mais o foi na segunda: mais velha, mais madura, com outra experiência, aproveitei muito mais.


A minha segunda licenciatura foi tirada num dos sítios "piores", pelo que oiço, a nível nacional. "Ah, porque o nível é baixo. Porque os professores não prestam. Porque a organização é má. Porque isto, aquilo, o outro, frito, cozido, grelhado e assado. Porque Lisboa ou Porto ou Castelo Branco ou Aveiro é que são bons lugares para aprenderes." Passam-me quase a impressão que se eu estudei lá é porque sou completamente acéfala, atrasada mental, e não tenho capacidades para ir para outro lado. Se estudei lá é porque nada aprendi e sou uma nulidade, devo ter andado lá a perder o meu tempo.


Já na primeira licenciatura, em contexto de trabalho de campo, alguém adorável se virou para mim e disse "ah vens dessa instituição? Quando quiseres emprego, vão-se rir na tua cara porque não contratam ninguém que venha daí". Pois... ok... obrigada! E continuou: "eu é que venho da Nova, por isso sei que tenho emprego garantido". Ena... 

Agora da segunda, continuo a ouvir as mesmas coisas, e estou farta! 

Sim, naquela instituição há coisas que não funcionam. No 3º ano, inscrevi-me numa cadeira que afinal ainda não existia oficialmente e passei o semestre todo a tentar resolver a situação, a correr entre o departamento e os serviços académicos. Mas conseguiu-se. Tive problemas com professores? Tive. Tive problemas com organização? Tive. Mas aprendi! Mostrem-me uma instituição que não tenha problemas, onde tudo funcione impecavelmente, onde não haja professores mais fracos, onde o ambiente seja 100% puro. Conseguem? Pois... também me parecia...

Irrita-me que falem mal sem tentarem perceber que ali também há professores excelentes. Falando da área da música, tive a oportunidade de estudar com professores como Benoit Gibson, Amílcar Vasques Dias, Christopher Bochmann, José Manuel Bettencourt da Câmara, Filipe Mesquita Oliveira, João Pedro d'Alvarenga... façam uma pequena pesquisa sobre cada um deles, se vos aprouver. Verão que não andam ali a "brincar" ao ensino. Aprendi e muito com eles.

Se tive sorte com todos os professores do curso? Claro que não... e claro que tive também alguns problemas com o funcionamento - mas volto a dizer, mostrem-me uma universidade pública (ou privada!!) onde esses problemas não existam.

Se eu, que tive tantos problemas naquela instituição, consigo distinguir entre o que é um bom professor, um mau professor, sorte ou azar, porque não tentam mais pessoas fazê-lo e se limitam a destruir. Acaso estudaram lá para saberem se o nível é alto ou baixo? Bons e maus alunos, bons e maus professores, há em todo o lado, capacitem-se disso. E o nível sobe de ano para ano, isso posso garantir-vos.

Mas infelizmente, já estou habituada a que apenas se dê ouvidos às impressões negativas. As positivas são discretamente descartadas. Independentemente das consequências que daí advierem. 


Por isso, "obrigada" a todos os que me passam um atestado de incompetência por vir daquela instituição. Melhor fariam se olhassem para as suas próprias casas... mas isto é apenas um desabafo!

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3 clips:

Luís Henriques disse...

Acredita que tenho uma boa colecção de comentários que me fizeram precisamente sobre esse pseudo-"ranking"...

É como dizes, há de tudo, e onde tudo for perfeito que me digam, porque não conheço.

Infelizmente sei como esses rankings se espalham: há sempre um triste que os lança e quando vêm a dar a volta, é já o amigo do amigo que tem um conhecido que é amigo do tipo que lá estudou e não aprendeu nada. ahahahahahh só me apetece a rir.

um bjo,
Luís Henriques

Elias disse...

Subscrevo inteiramente todo o teu texto. Já senti exactamente isso por diversas vezes e chega a ser mesmo maçador. Será que o falar mal dos outros sem olhar para os seus próprios lados é uma actividade assim tão compensadora? Não será antes uma cegueira tremenda que um dia acabará de repente com uma luz que os encandeia quando se apercebem de quão enganados estavam?

Ana Catarino disse...

Verdade!

Mas olha, não te irrites. Respira fundo e relaxa...

Rascunhos antigos