Amor eterno...

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quinta-feira, janeiro 21, 2010

15-01-2010: "How do you feel?"

E há de repente, vinda do nada, esta raiva que me consome por dentro, esta amargura, este azedume.

Como se existisse outro eu para além de mim, como se fosse uma faceta, um lado, um plano que insiste em relembrar-me da sua existência, como se dissesse aqui estou eu, tu não existes sem mim, já que eu sou tu própria.

E esta raiva vai-me consumindo por dentro, e esta amargura, inveja, tristeza, azedume, insiste em revelar-se apesar de todas as razões para não existir.

E luto contigo, todos os dias da minha vida, e luto para que desapareças, para que eu volte a ser eu e apenas eu, sem esse meu segundo lado que me transforma.

E luto, mas tu insistes em atormentar-me, insistes em não sair da minha cabeça, insistes em fazer-me ver com os teus olhos, os olhos da discórdia, da inveja, do ciúme, tudo o que de bom os que me rodeiam fruem.

E luto, mas por tua causa – por minha!, causa – não encontro nisso felicidade…

Estás comigo todos os dias, pois se tu és eu… como posso lutar contra ti sem lutar contra mim? Como pode existir esta dualidade dentro de mim, a felicidade e a infelicidade, o contentamento com a inveja, a alegria com a tristeza?

E vejo-me a sorrir com vontade de chorar, e vejo-me a felicitar querendo ser cáustica, e vejo-me a fingir perante todos, até perante mim, até que já não sei quem sou, nem me apetece saber…


"Noscete ipsum"

Rascunhos antigos