Amor eterno...

Lilypie First Birthday tickers

terça-feira, março 30, 2010

Da estranheza

estranho(adjectivo)

1 - Não habitual; desconhecido
2 - esquisito; anormal
3 - desusado
4 - espantoso; extraordinário
5 - que é de fora; estrangeiro


Esta é a definição "oficial" deste adjectivo com que tantas vezes me caracterizam.
Acho que a primeira vez que me chamaram estranha foi quando eu tinha algures 14 ou 15 anos. Uma colega minha, em carta enviada "em segredo" a um familiar meu, dizia de mim assim:

"Ela é estranha... é um caso perdido, nunca há de ser normal em relação aos jovens da idade dela".

Essa minha colega, apenas por acaso, era também da minha família. Claro que isto em família fica tudo mais bonito...
Adiante.

Eu soube disto como, se a carta era em segredo? Porque essa minha colega esqueceu-se de a retirar do caderno de História... e eu precisei que ela me emprestasse os apontamentos, eu tinha faltado porque estava doente.

Abro o caderno e...

TCHARAAAAAANNN!

Deparo-me com essa frase tão linda e que me caiu tão bem na inocência dos meus 15 anos...
Depois percebi o porquê dessa designação: eu não namorava, não saía, estudava piano, gostava de ler imenso, adorava música clássica, adorava estar em casa com a minha família, com a minha irmã...

Logo, eu era uma jovem estranha. Um caso perdido, sem dúvida alguma. Nem sei como as pessoas se conseguiam dar comigo, de tão perigosa que eu era, de tão perdida que estava.

Daí em diante, muitas mais vezes me chamaram estranha. Estranha, tolinha, virtual, que não existo...

Mas nunca mais o fizeram assim por esses motivos, pela música que ouvia, ou pelos namoros que não existiam.

Hoje chamam-me estranha porque gosto do inverno, da trovoada, dos relâmpagos; chamam-me estranha por gostar de vento, de frio, de chuva; chamam-me estranha porque adorei Análise V; chamam-me estranha porque adoro estudar e digo que se pudesse estudaria toda a minha vida (infelizmente ninguém me patrocina e tenho que trabalhar lol).

Chamam-me estranha porque conto os degraus das escadas que subo ou desço.
Chamam-me estranha porque visto e calço sempre o lado esquerdo do corpo antes do direito.
Chamam-me estranha porque sou desastrada ao ponto de torrar a minha própria mão, rir-me e ir tocar com ela assim, em carne viva.
Chamam-me estranha porque nunca desejo sorte a ninguém antes de um exame, antes os mando a um certo lugar. E não agradeço se mo mandarem, pois isso trar-me-ia azar.

Chamam-me estranha por muitos e muitos motivos, todos eles verdadeiros.

Mas se a minha estranheza e "falta de adaptação" e o "caso perdido" da minha adolescência me transformaram no que sou hoje, então só tenho a agradecer à minha colega o ter-me aberto os olhos naquela altura.

É que realmente sou estranha... sou "não habitual", "desconhecida", "desusada", tenho manias que não lembram a ninguém.
Mas de caso perdido tenho pouco! Modéstia à parte, até tenho sido bem sucedida nos projectos que empreendo!

Estranha sim. E com orgulho!
Caso perdido?... Como diz Jorge Palma, "deixa-me rir"...



"Nosce te ipsum"

6 clips:

Helena disse...

E vivam os casos perdidos!!! :p

Beijinhos

Helena

Rita P Faleiro disse...

Vivam!!! :p

Elias disse...

E eu gosto dessa tua estranheza hehehe... =)

Anónimo disse...

Ai opah.........

ahahahahahahaha

Adorei =)

lampâda mervelha disse...

Mas contas sempre os degraus?

É que eu contava os da minha casa, e na verdade, nunca sei o número correcto.

Rita P Faleiro disse...

Elias: mal fora que não gostasses! :p

Lu: Vá, goza, goza!!!!

Lampada: sim, sempre, sem falhar uma única vez. Ainda me lembro que até ao 1º andar da torre Eiffel são 319 degraus! (não sei os outros porque não subi mais lol)

****

Rascunhos antigos