Amor eterno...

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segunda-feira, março 22, 2010

Dos objectivos de vida e mudanças de direcção

Ontem tive de ir à Guia, ao Algarve Shopping.
Tinha um encontro marcado lá, e, depois do almoço, lá me dirigi ao dito shopping (e eu que não tenho paciência nenhuma para sítios assim ao fim de semana, visto estarem a abarrotar de pessoas. Não me dou bem no meio de muitas pessoas, sinto-me sufocada e sem conseguir respirar. Mas isso são outras histórias).
O ponto de encontro era na Fnac. Entrei, juntamente com as pessoas que me acompanhavam, dirigimo-nos à zona do café, e constatámos que iria haver uma apresentação de um livro sobre os profissionais que trabalham com crianças autistas.
Confesso que a princípio pensei que iria ser aborrecido, nem sei porquê, para dizer a verdade.
Mas a verdade é que a convidada da autora começou a apresentar o livro e, à laia de introdução,  leu a carta de uns pais de uma criança autista que comparavam o ter um filho com necessidades especiais com uma viagem desejada a Itália. Viagem muito planeada, muito pensada, os pormenores definidos, o que se visitaria, por onde se andaria, o que seria necessário aprender em termos de linguagem... Mas quando o avião aterra, descobrem que não estão em Itália. Estão na Holanda. País sobre o qual nada sabem. Cuja linguagem não conhecem. Cujas tradições e monumentos lhes são desconhecidos. País onde não querem ficar, não era o planeado, mas de onde não têm como sair. Não lhes resta outra opção se não conformarem-se, mas ao mesmo tempo lutarem para conhecer o destino onde foram parar sem que lhes tivesse sido pedida opinião. E ao começarem a conhecer a terra para onde o destino os levou, começam a descobrir as belezas que em Itália nunca encontrariam

Por que razão venho eu hoje aqui falar disto?

Quando era miúda pensei que a vida me levaria para "Itália".
Por razões de saúde, fui parar à "Holanda". Só que ao contrário daqueles pais, eu ainda não aceitei a "Holanda". Não consigo aceitar "Holanda". Foi uma mudança de direcção que me recuso aceitar, e ao recusar aceitar, não consigo verdadeiramente aceitar-me. E sofro com isso, por muito que me faça de forte e diga que não.

Não tenho razão para não ser feliz: tenho casa, ordenado, carro, família, não passo fome, não sou maltratada, tenho um noivo que me adora e que eu adoro, estou a tirar o curso dos meus sonhos, tenho trabalho fixo, tenho projectos pessoais...

Mas a "Holanda"... continuo desesperadamente à procura de uma saída dela. Há 8 anos comecei a conseguir sair dela. Mas fui parada pela polícia de imigração... e volvidos 8 anos, regresso à Holanda. Ao ponto de partida. E isso dói.

Lamento se por isso sou fútil, mas por vezes não consigo ser mais forte e vencer isto e dizer que não me importo.

Lutarei até ao fim para sair desta "Holanda" que me foi imposta e para chegar à "Itália" que devia ter sido o meu destino original...

"Noscete ipsum"

8 clips:

Ti Coelha disse...

Todos nós temos a nossa "Itália". Eu também vivo na "Holanda", mas ainda não desisti da "Itália". Eu acredito que o dia de amanhã é sempre melhor do que o dia de hoje e é isso que me faz ir tentando sair da "Holanda", sabendo que tenho que atravessar algumas fronteiras para lá chegar. Eu hei-de ir a "Itália". :)

Helena disse...

Lamento imenso... Mas, pelo que já deu para perceber, tu és uma lutadora! E vais ultrapassar esse obstáculo de certeza!! ;)

Beijinhos

Helena

Rita P Faleiro disse...

Ti Coelha e Helena: obrigada pelas vossas palavras.

Sim, sou uma lutadora, e hei de sair desta Holanda que me foi imposta por causa de uma saúde da treta lol. Itália, aguarda-me! Um dia hei de chegar aí e arrasar!

Unknown disse...

Não é fútil. És lutadora e não desistes dos teus sonhos. Bora lá conquistar a "Itália"!!!

Rita P Faleiro disse...

Inês: obrigada, minha ocupadinha preferida!!

Anónimo disse...

Já te comento depois de falarmos melhor lol

Olhos Dourados disse...

Espero que consigas.

Elias disse...

That's the spirit :)
E eu estarei ai para te apoiar no que for possível, sempre.

Rascunhos antigos